sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Resumo A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo Entregue nas "Faculdades Integradas Ipiranga". Como horas complementares. Curso: Licenciatura em História. Turma LHN02. Aluno: Sebastião Pereira Viana Júnior.
RESUMO: A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO[1]
FASCÍCULO DA FACULDADE IPIRANGA
–PROGRAMA DE LICENCIATURAS INTEGRADAS – EIXO DE FORMAÇÃO COMUM, Belém,
PA, 2014. CAPÍTULOS: I Filiação
Religiosa e Estratificação Social; II O
Espírito do Capitalismo. Autor: Max Weber. Editora. Elaborado
de 25/09/2014 a 00/09/2014.
Sebastião Pereira Viana Júnior[2]
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
No presente resumo Weber nos dá uma amostra do que
foi a mudança de comportamento segundo os parâmetros RELIGIOSOS, e CAPITALISTA.
O comportamento de países protestantes, fez com que essas nações dessem um
salto de seu desenvolvimento capitalista, enquanto os católicos foram,
ultrapassados.
Ele nos mostra a filiação religiosa e a
estratificação social como sendo mazelas da sociedade capitalista a religião
funciona como uma empresa,ela segue uma hierarquia. Em o Espírito do
Capitalismo, eles nos mostra um protestante sedento por lucro, enquanto o
católico vivia uma vida mais comportada, o protestante incorporou esse espírito
capitalista.
I
Filiação Religiosa e Estratificação Social
Uma simples olhada nas estatísticas ocupacionais de
qualquer país de composição religiosa mista mostrará, com notável frequência,
uma situação que muitas vezes provocou discussões na imprensa e literatura
católicas e nos congressos católicos, principalmente na Alemanha: o fato que os
homens de negócios e donos do capital, assim como os trabalhadores mais
especializados e o pessoal mais habilitado técnica e comercialmente das modernas
empresas é predominantemente protestante.
Este fato não se
verifica apenas onde a diferença de religião coincide com uma nacionalidade, e
portanto com seu desenvolvimento cultural, como no caso da Alemanha oriental e
da Polônia. Observamos a mesma coisa onde se fez levantamentos de filiação religiosa,
por onde quer que o capitalismo, na época de sua grande expansão, pôde alterar
a distribuição social conforme suas necessidades e determinar a estrutura
ocupacional. Quanto maior foi a liberdade de ação, mais claro o efeito
apontado.
É bem verdade que a maior participação relativa dos
Protestantes na propriedade do capital, na direção e nas esferas mais altas das
modernas empresas comerciais e industriais pode em parte ser explicada pelas
circunstâncias históricas oriundas de um passado distante, nas quais a filiação
religiosa não poderia ser apontada como causa de condição econômica, mas até
certo ponto parece ser resultado daquela.
Os
resultados de tais circunstâncias favorecem os protestantes, até hoje, na sua
labuta pela existência econômica. Surge assim a indagação histórica: porque os
lugares de maior desenvolvimento econômico foram, ao mesmo tempo, particularmente
propícios a uma revolução dentro da Igreja? A resposta não é tão simples como
se poderia pensar.
Além disso há algo especialmente importante: pode
ser, como já foi aventado, que a maior participação dos protestantes nas
posições de proprietário e de dirigente na moderna vida econômica seja
entendida hoje, pelo menos em parte, simplesmente como resultado da maior
riqueza material herdada por eles. Contudo, há certos fenômenos que não podem
ser explicados por esse caminho. Só para citar alguns, há uma grande diferença
perceptível, em Baden, na Baviera e na Hungria, no tipo de educação superior
que católicos e protestantes proporcionam a seus filhos. O fato de a
porcentagem de católicos entre os estudantes e os formados nas instituições de
ensino superior ser proporcionalmente inferior à população total, pode,
certamente, ser largamente explicado em termos de riqueza herdada. Porém, entre
os próprios formados católicos, a porcentagem dos que receberam formação em instituições
que preparam especialmente para os estudos técnicos e ocupações comerciais e industriais,
e em geral para a vida de negócios de classe média, é muito inferior à dos protestantes.
Por sua vez, os católicos preferem o tipo de aprendizagem oferecido pelos ginásios
humanísticos. Essa é uma circunstância à qual não se aplica a explicação acima apontada,
mas que, ao contrário, é uma das razões do pequeno engajamento dos católicos nas
empresas capitalistas.
Mais notável ainda é
um fato que explica parcialmente a menor proporção de católicos entre os
trabalhadores especializados na moderna indústria. Sabe se que as fábricas arregimentaram
boa parte de sua mão de obra especializada entre os jovens artesãos; contudo,
isso é muito mais verdadeiro para os diaristas protestantes que para os
católicos.
A menor participação dos católicos
na moderna vida de negócios da Alemanha é tão notável justamente porque
contraria a tendência observada em todos os tempos,” até
mesmo no presente.
Um escritor
contemporânea tentou definir a diferença de atitudes diante da vida econômica da
seguinte maneira: “O católico é mais quieto, tem menor impulso aquisitivo;
prefere uma vida a mais segura possível, mesmo tendo menores rendimentos, a uma
vida mais excitante e cheia de riscos, mesmo que esta possa lhe propiciar a oportunidade
de ganhar honrarias e riquezas. Diz o provérbio, jocosamente: “Coma ou durma bem”.
Neste caso, o protestante prefere comer bem, e o católico, dormir sossegado”.
De
fato, esse desejo de “comer bem” pode ser encarado como uma caracterização
correta, embora incompleta, da motivação de muitos dos protestantes da Alemanha
atual. Mas as coisa nem sempre foram assim: os puritanos ingleses, americanos e
holandeses tinham a característica exatamente oposta à alegria de viver, um fato
que é, como veremos, da maior importância para o nosso estudo. Além disso, os
protestantes franceses, entre outros, conservaram e ainda conservam, em certa
medida até hoje, as características das igrejas calvinistas de todos os países,
especialmente as sob a cruz do tempo das guerras religiosas.
Não obstante, tais
características foram (ou talvez tenham sido até as causas, como indagaremos
mais adiante) sabidamente um dos mais importantes fatores de desenvolvimento do
capitalismo e da indústria na França,. (...). Ambos diferem de modo semelhante
da tendência religiosa predominante em seus respectivos países. Os católicos da
França são, em seus escalões inferiores, grandemente interessados nos prazeres
da vida e, nas camadas superiores, francamente hostis à religião. Os
protestantes da Alemanha, do mesmo modo, são absorvidos pelas atividades econômicas
diuturnas e, nas suas camadas superiores, são muito indiferentes à religião.
Do mesmo modo, é uma
notável circunstância que muitos dos maiores empreendedores capitalistas – até
Cecil Rhodes – tenham tido origem em famílias de clérigos, o que pode ser
interpretado como uma reação contra a sua formação ascética.
Essa forma de explicação, contudo, torna se falha quando se combinam um
extraordinário senso capitalístico dos negócios com as mais intensas formas
religiosas nas mesmas pessoas e grupos, e que lhes penetra e direciona a vida
toda.
(...)...Mas nem
todas as ramificações protestantes parecem ter tido a mesma poderosa influência
nesse sentido. A do Calvinismo, mesmo na Alemanha, parece ter sido das mais
fortes, e a fé reformada” parece ter promovido o desenvolvimento do espírito do
capitalismo no Wupperthal como em outro lugares.
(...)...Se quisermos
encontrar uma relação interna entre certas expressões do velho espírito
protestante e a cultura capitalista moderna, A Ética Protestante e o Espírito
do Capitalismo deveremos tentar encontrá-la, bem ou mal, não na alegria de
viver mais ou menos materialista, ou ao menos anti-ascética, mas nas suas
características puramente religiosas.
Mostesquieu (Esprit des Lois, Livro XX, cap, 7) diz
dos ingleses que “foram, de todos os povos, os que mais progrediram em três
coisa importantes: na religião, no comércio e na liberdade”. Não seria possível
que sua superioridade comercial e sua adaptação às instituições políticas
liberais tivessem, de algum modo, relação com a religiosidade que Mostesquieu
lhes atribui?
II
O Espírito do Capitalismo
No título deste estudo usamos a frase, algo
pretensiosa, o espírito do capitalismo. O que se entende por isso? A tentativa
de dar qualquer definição para isso implica em certas dificuldades, inerentes à
natureza deste tipo de investigação.
Esse é um resultado necessário da natureza dos
conceitos históricos que tentam, para suas finalidades metodológicas, apanhar a
realidade histórica não em uma forma abstrata e geral, mas em concretos
conjuntos genéticos de relações, inevitavelmente de caráter individual, e especificamente
únicos.
Por isso, se tentarmos determinar o objeto, a
análise e explicação histórica tentadas não podem ser feitas na forma de
definição conceitual, mas, ao menos no início, como uma descrição provisória do
que entendemos aqui por espírito do capitalismo. Tal descrição é entretanto
indispensável para uma compreensão clara do objetivo da investigação. Com essa
finalidade, remetemo-nos a um documento desse espírito, que contém, em uma
pureza quase clássica, aquilo que buscamos – com a vantagem de ser ao mesmo
tempo livre de qualquer relação direta com a religião, sendo pois, para os
nossos propósitos, livre de preconceitos.
“Lembre-se que o tempo é dinheiro. Para aquele que
pode ganhar dez shillings por dia pelo seu trabalho e vai passear ou fica ocioso
metade do dia, apesar de não gastar mais que seis pence em sua vadiagem ou
diversão, não deve ser computada apenas essa despesa; ele gastou, ou melhor,
jogou fora. mais cinco shillings. “Lembre-se que o crédito é dinheiro. Se um
homem deixa seu dinheiro em minhas mãos por mais tempo que o devido, está me
dando os juros, ou tudo o que eu possa fazer com ele durante esse tempo. Isto
atinge somas consideráveis quando alguém goza de bom e amplo crédito, e faz
dele bom uso. “Lembre-se que o dinheiro é de natureza prolífica e geradora. O
dinheiro pode gerar dinheiro, e seu produto gerar mais, e assim por diante.
Cinco shillings circulando são seis; circulando de novo são sete e três pence e
assim por diante, até se tornarem cem libras. Quanto mais dele houver, mais
produz a cada aplicação, de modo que seus juros aumentam cada vez mais
rapidamente. Aquele que mata uma porca prenhe, destrói sua descendência até a
milésima geração. Aquele que “mata” uma coroa, destrói tudo aquilo que poderia
ter produzido, até muitas libras”.
“Lembre-se do ditado: O bom pagador é dono da bolsa
alheia . Aquele que é conhecido por pagar exata e pontualmente na data
prometida pode, a qualquer momento e em qualquer ocasião, levantar todo o
dinheiro de que seus amigos possam dispor. Isso, por vezes, é de grande
utilidade. Além da industriosidade e da frugalidade, nada contribui mais para a
subida de um jovem na vida que a pontualidade e a justiça em todos os seus
negócios; por isso, nunca mantenha dinheiro emprestado uma hora sequer além do
tempo prometido, para que o
desapontamento não feche para sempre, à bolsa de teus amigos”.
“Por seis libras anuais poderás desfrutar do uso de cem libras, desde
que sejas um homem de reconhecida prudência e honestidade.”
Aquele que gasta um groat por dia inutilmente, desperdiça mais de seis
libras por ano, que seria o preço do uso de cem libras.”
Aquele que desperdiça o valor de um groat de seu tempo por dia, um dia
após o outro, desperdiça o privilégio de usar cem libras a cada dia.”
“Aquele que perde inutilmente o valor de cinco shillings de seu tempo,
perde cinco shillings, e poderia com a mesma prudência tê- los jogados ao mar.”
Aquele que perde cinco shillings, não perde apenas essa soma, mas
também todas as vantagens que poderia obter investindo a em negócios, e que
durante o tempo em que um jovem se torna um velho, se tornaria uma soma
considerável”.
É Benjamin Franklin que nos admoesta com tais sentenças, as mesmas que
Ferdinand Kürnberger satiriza em seu inteligente e malicioso Picture of
American Culture , como uma suposta confissão de fé do yankee. Não há o que
duvidar de que é o espírito do capitalismo que aqui se expressa de modo
característico, conquanto estejamos longe de afirmar que tudo o que possamos
entender como pertencente a ele esteja contido nisso.
(...)...o espírito dessa colocação é evidentemente bem diferente das de
Franklin. Aquilo que no caso de Franklin foi uma expressão de audácia comercial
e uma inclinação pessoal moralmente neutra assume nesse outro o caráter ético
de uma regra de conduta de vida. O conceito de espírito do capitalismo é usado
aqui no sentido específico de espírito do capitalismo moderno. (...)... Pelo
modo como estamos colocando o problema, é obvio que estamos nos referindo ao capitalismo
da Europa Ocidental e da América do Norte. O capitalismo existiu na China, na índia,
na Babilônia no mundo clássico e na Idade Média.
Se pois formularmos a pergunta por que devemos fazer
dinheiro às custas dos homens, o próprio Benjamin Franklin, embora não fosse um
deísta convicto, responde em sua autobiografia com uma citação da Bíblia que
lhe fora inculcada pelo pai, rígido calvinista, em sua juventude : “Vês um
homem diligente em seus afazeres? Ele estará acima dos reis”. (Provérbios 22;
29). O ganho de dinheiro na moderna ordem econômica é, desde que feito
legalmente, o resultado e a expressão da virtude e da eficiência em certo
caminho; e essas eficiência e virtude são, como agora se tornou fácil de ver, o
alfa e o ômega da verdadeira ética de Franklin, como foi expressa nos trechos citados,
tanto quanto em todos os seus escritos, sem exceção.
Naturalmente, essa
concepção não se manifestou apenas sob as condições capitalistas. Pelo contrário,
mais tarde seguiremos suas origens em tempos anteriores ao advento do capitalismo.
Naturalmente não afirmamos tampouco
que a aceitação consciente de tais máximas éticas por parte dos indivíduos,
quer empresários quer trabalhadores das modernas empresas capitalistas seja
condição para a futura existência do capitalismo atual. A economia capitalista
moderna é um imenso cosmos no qual o indivíduo nasce, e que se lhe afigura, ao
menos como indivíduo, como uma ordem de coisas inalterável, na qual ele tem de
viver. Ela força o indivíduo, a medida que esse esteja envolvido no sistema de
relações de mercado, a se conformar às regras de comportamento capitalistas.
Assim pois, o capitalismo atual, que veio para
dominar a vida econômica, educa e seleciona os sujeitos de quem precisa,
mediante o processo de sobrevivência econômica do mais apto.
(...)...o espírito do
capitalismo, (no sentido adotado) estava presente antes da ordem capitalista.
Havia queixas contra uma habilidade peculiar de cálculo para obtenção de lucro
na Nova Inglaterra, que se distinguia das outras partes da América, desde os
idos de 1632. Está fora de questão que o capit alismo permaneceu, de longe,
menos desenvolvido em algumas das colônias vizinhas, que depois se tornariam os
estados do sul dos Estados Unidos da América.
A origem e a história
de tais idéias é porém muito mais complexa do que supõem os teóricos da
superestrutura. O espírito do capitalismo, no sentido em que usamos o termo, teve
de lutar por sua supremacia contra um mundo inteiro de forças hostis.
O predomínio
universal da absoluta falta de escrúpulos na ocupação de interesses egoístas na
obtenção do dinheiro tem sido uma característica daqueles países cujo
desenvolvimento burguês capitalista, medido pelos padrões ocidentais,
permaneceu atrasado.
Em todos os
períodos históricos, sempre que foi possível houve a aquisição cruel, desligada
de qualquer norma ética. Como a guerra e a pirataria, o comércio tem sido, muitas
vezes, irrestrito em suas relações com estrangeiros e com os externos ao grupo.
A dupla ética permitiu o que era proibido negociar entre irmãos.
A aquisição capitalista aventureira tem sido familiar
em todos os tipos de sociedade econômica que conheceram o comércio com o uso do
dinheiro e que ofereciam oportunidades mediante comenda, exploração de
impostos, empréstimos de Estado, financiamento de guerras, cortes ducais e
cargos públicos.
O mais importante
oponente contra o qual o espírito do capitalismo, entendido como um padrão de
vida definido e que clama por sanções éticas, teve de lutar, foi esse tipo de atitude
e reação contra as novas situações, que poderemos designar como
tradicionalismo. Também nesse caso, qualquer tentativa de definição final deve
ser mantida em suspenso. Devemos, por outro lado, tentar dar um sentido
provisório claro, citando alguns casos. Começaremos por baixo, pelos
trabalhadores.
Um dos meios técnicos
de que os empregadores modernos lançam mão para garantir o maior volume
possível de trabalho de seus homens é o sistema de pagamento por tarefa.
(...)...Por exemplo, um homem que ganha 1 marco por acre ceifado, ceifa 2 e 1/2
acres por dia e ganha dois marcos e meio por dia; quando o valor da tarefa foi
aumentado para 1,25 marcos por acre ceifado, não ceifou 3 acres, como poderia
ter feito facilmente, ganhando 3,75 marcos, mas ceifou apenas 2 acres de modo a
continuar ganhando os 2,5 marcos a que estava acostumado. A oportunidade de
ganhar mais foi menos atraente do que trabalhar menos. Ele não se perguntava:
quanto poderia ganhar em um dia se eu fizesse o maior trabalho possível? Em vez
disso, perguntava se: quanto devo trabalhar para ganhar o salário,de 2,5 marcos
que eu ganhava antes e que bastava para as minhas necessidades tradicionais?
Este é um exemplo do
que queremos significar aqui por tradicionalismo. O homem não deseja
“naturalmente” ganhar mais e mais dinheiro, mas viver simplesmente como foi acostumado
a viver e ganhar o necessário para isso. Onde quer que o capitalismo moderno tenha
começado sua ação de aumentar a produtividade do trabalho humano aumentando sua
intensidade, tem encontrado a teimosíssima resistência desse traço orientador
do trabalho pré-capitalista. E ainda hoje a encontra, e por mais atrasadas que
sejam as forças de trabalho (do ponto de vista capitalista) com que tenha de
lidar.
Mas a eficácia desse método, aparentemente tão
eficiente, tem seus limites. Obviamente, um excesso de mão de obra que possa
ser empregada a baixo preço no mercado de trabalho é uma necessidade para o
desenvolvimento do capitalismo. Mas, embora tão grande exército de reserva
possa em certos casos favorecer a expansão quantitativa, ele desafia seu desenvolvimento
qualitativo, especialmente para as empresas que fazem uso mais intensivo do
trabalho. Baixos salários não são sinônimo de trabalho barato. De um ponto de
vista puramente quantitativo, a eficiência do trabalho diminui com um salário
que seja fisiologicamente insuficiente, que, a longo prazo, signifique a
sobrevivência da inépcia.
O capitalismo de hoje, por estar em posição de
comando, pode recrutar suas forças de trabalho com certa facilidade. (...)...O
tipo de mão de obra retrógrada tradicional é, com muita frequência
exemplificado pelas mulheres trabalhadoras, especialmente as não casadas.
A habilidade de concentração mental, tanto quanto o
sentimento de dever, absolutamente essencial, em relação ao trabalho, são aqui
muitas vezes combinados com uma economia rígida, que calcula a possibilidade de
altos ganhos, um frio autocontrole e frugalidade que, aumentam enormemente o
desempenho.(...)... Isto
fornece o fundamento mais favorável para a concepção do trabalho como um fim em
si mesmo, como uma vocação necessária ao capitalismo: as oportunidades de
superar o tradicionalismo são maiores por conta da formação religiosa.
Essa observação do capitalismo
atual sugere por si mesma a validade da indagação de como essa conexão entre adaptabilidade
ao capitalismo e fatores religiosos possa ter surgido nos momentos iniciais de
seu desenvolvimento.
Voltemos contudo ao
presente, e agora para o empresário, para esclarecer o significado do tradicionalismo
no caso deste. Sombart, na sua discussão sobre a gênese do capitalismo, fez a
distinção entre satisfação das necessidades e aquisição como sendo os dois
grandes princípios orientadores da história econômica.
(...)...No primeiro caso, a obtenção dos bens necessários à satisfação
das necessidades pessoais,
(...)...e
no segundo, a luta para obter lucros sem os limites impostos pelas
necessidades, tem sido as finalidades controladoras da forma e da direção da
atividade econômica.
A saber, empresas dirigidas por empreendedores
particulares utilizando capital (dinheiro ou bens com valor monetário) para
obter lucro, comprando os meios de produção e vendendo o produto, isto é,
empresas indubitavelmente capitalistas podem ao mesmo tempo ter um caráter,
tradicionalista.
(...)...Apesar disso, usamos provisoriamente a
expressão do espírito do capitalismo (moderno) para designar a atitude que
busca o lucro racional e sistematicamente.
E o que é mais importante nessa relação, o que
trouxe essa revolução, em tais casos, não foi geralmente o fluxo de dinheiro
novo investido na indústria – em muitos casos que conheço, todo o processo
revolucionário foi acionado por poucos milhares de capital emprestado de conhecidos
– mas foi o novo espírito, o espírito do moderno capitalismo que fez o trabalho.
(...)...Quando o
imaginário de todo um povo se volta para grandezas puramente quantitativas,
como nos Estados Unidos, esse romantismo de números exerce um irresistível
apelo sobre os poetas entre os homens de negócios. Estes, por outro lado, não são
geralmente os verdadeiros líderes, e em especial não são empreendedores de
sucesso permanente que são por ele aliciados
Mas é exatamente isto
que parece ao homem pré-capitalista tão incompreensível e misterioso, tão
desprezível e sem valor. Que alguém possa ser capaz de fazer disso o único fim
de sua vida útil, descer ao sepulcro vergado sob o peso de tão grande carga
material de dinheiro e bens, parece lhe explicável apenas como o produto de um
instinto perverso, da auri sacra fame.
(...)...Quem quer que
não adapte seu modo de vida às condições do sucesso capitalista é sobrepujado,
ou pelo menos é impedido de subir.(...)... Se foi esse o caso, e em que sentido, será objeto de
nossa investigação. Será desnecessário provar que o conceito de ganhar dinheiro
como um fim a si mesmo, ao qual as pessoas estava presas como a uma vocação,
sempre foi contrário ao sentimento ético de todas as épocas.
Suas vidas
profissionais, enquanto estiveram atados às tradições da igreja, eram na melhor
das hipóteses, algo eticamente indiferente; era tolerada, mas mesmo assim, por
conta do contínuo perigo de conflito com a doutrina da igreja, algo perigoso
para a salvação.
Somas bem
consideráveis, como as fontes nos mostram, ao morrer dos ricos, eram transferidas
para as instituições religiosas como dívida de consciência, e por vezes até retornavam
como usura aos devedores anteriores, de quem tinha sido cobrada injustamente.
(...)...O fato a ser
historicamente explicado é que no centro mais altamente capitalista da época a
Florença dos séculos XIV e XV, mercado de dinheiro e capital de todos os
grandes poderes políticos, essa atitude era considerada injustificável eticamente
e na melhor das hipóteses, tolerada; e todavia, nas circunstâncias retrógradas
e pequeno burguesas da Pennsylvania do século XVIII.(...)... Qual seria pois o arcabouço ideológico que
poderíamos apontar para o tipo de atividade aparentemente direcionadas para o
lucro em si, como uma vocação para com a qual o indivíduo sinta uma obrigação
ética ? Pois que foi este tipo de idéias que determinou o modo de vida dos
novos empreendedores, seus fundamentos éticos e justificativas.
(...)...Sem dúvida justificadamente, se entendermos
por isso a extensão da produtividade do trabalho que aliviou, mediante a
subordinação dos processos produtivos aos pontos de vista científicos, sua
dependência das limitações naturais orgânicas do ser humano.(...)...
Do mesmo modo, é uma das características fundamentais
de uma economia individualista capitalista, racionalizada com base no rigor do
cálculo, dirigida com previsão e cautela para o sucesso econômico almejado,
Poderia então parecer que o desenvolvimento do
espírito capitalista seria melhor compreendido como sendo parte do
desenvolvimento do racionalismo como:um todo, e poderia ser deduzido das
posições fundamentais do racionalismo obre os problemas básicos da vida.
A filosofia temporal racional do século XVIII não
encontrou boa acolhida principalmente nos países de maior desenvolvimento capitalista.
As doutrinas de Voltaire são até hoje propriedade comum das camadas superiores
e, o que é mais importante na prática, dos grupos de classe média dos países católicos
romanos.
Porém já nos
convencemos de este não é absolutamente o solo em que a relação do homem com
sua vocação como obrigação, que é necessária ao capitalismo, tenha
preeminentemente se desenvolvido. De fato, podemos – e esta simples
proposição muitas vezes esquecida poderia ser posta no início de qualquer
estudo que tente lidar com o racionalismo – racionalizar a vida a partir de
pontos de vista fundamentalmente diferentes e em direções muito diferentes. O
racionalismo é um conceito histórico que envolve todo um mundo de coisas
diferentes. Será nossa tarefa descobrir a filiação intelectual particular do pensamento
racional da forma concreta, de que surgiu da idéia de devoção ao trabalho e de vocação,
que é, como vimos, tão irracional do ponto de vista do auto- interesse
puramente eudemonista, mas que foi e ainda é um dos elementos mais característicos
de nossa cultura capitalista. Estamos aqui particularmente interessados
precisamente na origem do elemento irracional subjacente nesta como em qualquer
concepção de vocação.
Concluímos que o comportamento católico em
comparação ao protestante, e é de estrema diferença, para o católico mais valia
uma relação de amizade do que manter relações extremamente rígidas de mercado,
enquanto o protestante preferia manter uma relação fria extremamente
capitalista.
O espírito do capitalismo não é do século XIX como
fala Weber, ela veem a muito tempo, já na antiga Inglaterra, podia se
diferenciar as pessoas com esse comportamento extremamente capitalistas.
Achei Muito bonito e coloquei aqui campanha da fraternidade 2010 da Igreja Catolica
O Senhor declarara a existência de dois senhores, sendo impossível servir aos dois ao mesmo tempo. Mas que senhores são esses e como operam em nossa vida?
Primeiramente Cristo refere-se ao Senhor Deus e Pai, Deus forte, Poderoso, infinitamente misericordioso, íntegro, santo, puro, o qual não nos deixa desamparado na angústia, e pelo seu infinito amor ao homem deu Unigênito a morrer em sacrifício na cruz, para todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.
Jesus fala também de outro senhor, mamon que é o príncipe deste mundo e “senhor” da riqueza, avareza, luxúria e dos prazeres deste mundo. Esse “deus” inspira o homem a ambição e avareza, e direciona o coração do homem apenas para as coisas materiais, terrenas e malignas, as quais Deus abomina.
Hino da Campanha da Fraternidade 2010
Campanha da Fraternidade
Jesus cristo anunciava por primeiro
Um novo reino de justiça e seus valores: (mt 4,17)
"vós não podeis servir a deus e ao dinheiro
E muito menos agradar a dois senhores". (mt 6,24)
Voz de um profeta contra o ídolo e a cobiça:
"endireitai hoje os caminhos do senhor!" (mt 3,3)
Produzi frutos de partilha e de justiça! (lc 3,8.11)
Chegou o reino: convertei-vos ao amor! (mt 3,2)
Não é a riqueza nem o lucro sem medida
Que geram paz e laços de fraternidade; (lc 16,19-31)
Mas todo o gesto de partilha em nossa vida (mc 12,42-44)
Que faz a fé se transformar em caridade. (gl 5,6)
No evangelho encontrareis a luz divina,
Não no supérfluo, na ganância e na ambição.
Ide e vivei a boa-nova que ilumina (mt 7,21)
E a palavra da fraterna comunhão. (mt 18,20)
Composição: João Rothe Machado / Pe. José Weber, Svd · Esse não é o compositor? Nos avise.
Enviada por Fabio
Primeiramente Cristo refere-se ao Senhor Deus e Pai, Deus forte, Poderoso, infinitamente misericordioso, íntegro, santo, puro, o qual não nos deixa desamparado na angústia, e pelo seu infinito amor ao homem deu Unigênito a morrer em sacrifício na cruz, para todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.
Jesus fala também de outro senhor, mamon que é o príncipe deste mundo e “senhor” da riqueza, avareza, luxúria e dos prazeres deste mundo. Esse “deus” inspira o homem a ambição e avareza, e direciona o coração do homem apenas para as coisas materiais, terrenas e malignas, as quais Deus abomina.
Hino da Campanha da Fraternidade 2010
Campanha da Fraternidade
Jesus cristo anunciava por primeiro
Um novo reino de justiça e seus valores: (mt 4,17)
"vós não podeis servir a deus e ao dinheiro
E muito menos agradar a dois senhores". (mt 6,24)
Voz de um profeta contra o ídolo e a cobiça:
"endireitai hoje os caminhos do senhor!" (mt 3,3)
Produzi frutos de partilha e de justiça! (lc 3,8.11)
Chegou o reino: convertei-vos ao amor! (mt 3,2)
Não é a riqueza nem o lucro sem medida
Que geram paz e laços de fraternidade; (lc 16,19-31)
Mas todo o gesto de partilha em nossa vida (mc 12,42-44)
Que faz a fé se transformar em caridade. (gl 5,6)
No evangelho encontrareis a luz divina,
Não no supérfluo, na ganância e na ambição.
Ide e vivei a boa-nova que ilumina (mt 7,21)
E a palavra da fraterna comunhão. (mt 18,20)
Composição: João Rothe Machado / Pe. José Weber, Svd · Esse não é o compositor? Nos avise.
Enviada por Fabio
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
Trabalho de: “ América Latina” Professora: Marileia da Silveira Nobre ; Turma: LHN 02 (Faculdades Integradas Ipiranga).Elaborar texto segundo autores.
27/11/2014
FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA
Disciplina: America Latina
Professora: Marileia da Silveira Nobre
Aluno: Sebastião Pereira Viana Júnior
Turma LHN 02
|
Leia o texto Movimentos Sociais na América Latina:
revisitando as teorias". A partir dele, você irá produzir um resumo com as
principais ideias do autor.
Tendo como base o vídeo e suas leituras dos textos
anteriores, além de outras pesquisas sobre o processo de desenvolvimento e as
contradições da América Latina, construa um texto de até duas laudas sobre a
condição atual da América Latina diante do mundo globalizado.
Estas atividades valem 3 pontos para a B2.
Bons estudos!
Os donos do capital incentivarão a classe
trabalhadora a adquirir, cada vez mais, bens caros, casas e tecnologia,
impulsionando-a cada vez mais ao caro endividamento, até que sua dívida se
torne insuportável.
Karl Marx
PREZADA: SEGUE O TEXTO DA 1º QUESTÃO
Movimentos Sociais na América Latina: Revisitando as
Teorias 1
Ilse Scherer-Warren
Se partirmos da definição de que
existe um movimento social quando uma ação coletiva gera um princípio
identitário grupal, define os opositores ou adversários à realização plena
dessa identidade ou identificação e age em nome de um processo de mudança
societária, cultural ou sistêmica, podemos concluir que os movimentos sociais
existem em permanente tensão e conflito com os princípios da modernidade, conforme
relatado por Bauman2
Talvez esta tensão explique a
constante tentativa de criminalização dos movimentos sociais ou a dificuldade
das elites hegemônicas em aceitar como legítimos os movimentos dos segmentos
subalternos em países como o Brasil,
O que se pretende, em última
instância, é trazer elementos para a tese de que os estudos pós-coloniais
comportam contribuições para se repensar o papel de movimentos sociais mais
recentes na América Latina. (...)...O objetivo é também verificar em que medida
esses estudos dialogam criticamente com a tradição teórica, revendo abordagens
clássicas da modernidade. Finalmente, discutir as estratégias organizativas e
discursivas dos movimentos receptivos ao pensamento pós-colonial.
Legados teóricos para os estudos dos movimentos
sociais na atualidade
As “grandes narrativas” sobre os
movimentos sociais na América Latina, baseadas nas teorias de classe, da
tradição marxistas e nos princípios discursivos da modernidade, enfatizavam a
tendências universalizantes para os comportamentos coletivos. As explicações para a luta dicotômica entre as
classes tornaram-se muitas vezes reducionistas, teleológicas ou previsíveis.
Por
sua vez, as teorias dos movimentos sociais ao abandonarem as explicações classistas
universalizantes, frequentemente deixaram de lado os fundamentos da desigualdade
socioeconômica que atinge a maioria das populações latino-americanas e que, de
uma forma ou outra, encontram-se subjacentes às múltiplas formas de exclusão
dos sujeitos dos movimentos sociais contemporâneos.
As teorias culturalistas e
identitárias dos movimentos sociais, também denominadas de “teorias dos novos
movimentos sociais”, tiveram o mérito de buscar a complexidade simbólica e de
orientação política dos agrupamentos coletivos formadores de movimentos
sociais, segundo o princípio da diversidade sociocultural (de gênero, étnica,
ecológica, pela paz, por diferentes tipos de direitos humanos etc.).
Os estudos pós-coloniais ou do
pós-colonialismo4, em certa medida, incorporam legados das teorias de classe e
das respectivas formas de opressão das elites coloniais e hegemônicas; das
teorias culturalistas, no que diz respeito às múltiplas formas de opressão e discriminação
simbólica em relação aos segmentos sociais colonizados, e da respectiva exclusão
e/ou subalternidade destes segmentos no plano do fazer político, no cotidiano
societário e nas instituições.
Frantz
Fanon (1925-1961), psiquiatra e militante político, aborda os processos de
subjetivação, construídos pelo colonialismo e introjetados pelo colonizado, em relação
ao corpo do dominado, à desvalorização devido à cor das peles negras e indígenas
escravizadas.
O
autor prevê que a libertação dessas mentes só se dará através dos processos de
desconstrução dessas formações discursivas e da construção de novas
subjetividades dos sujeitos historicamente oprimidos e discriminados.
Dussel
conclui que para superar as formações discursivas discriminatórias e opressivas
da “modernidade” será necessário negar a negação do mito da modernidade, isto
é, “des-cobrir” pela primeira vez a “outra-face” oculta e essencial à “Modernidade”:
o mundo periférico colonial, o índio sacrificado, o negro escravizado, a mulher
oprimida, a criança e a cultura popular alienadas etc. (as “vítimas” da
“Modernidade”) como vítimas de um ato irracional (como contradição do ideal
racional da própria “Modernidade”)”.
Gostaria, a partir dessas idéias
que influenciaram os estudos pós-coloniais, complementadas por outras
contribuições contemporâneas a esses estudos6, refletir sobre alguns princípios
para a investigação, análise e práticas dialógicas dos movimentos sociais
latino-americanos, contemplando questionamentos em torno dos seguintes pontos:
*o posicionamento do intelectual em relação aos sujeitos dos estudo
póscoloniais;
*a relação entre experiência e representação;
*a construção de novas plataformas de direitos humanos que atendam os
anseios
desses sujeitos subalternos;
*a construção de formações discursivas adequadas à historicidade desses
sujeitos, através de práticas articulatórias em rede.
Posicionamento do intelectual em relação ao seu objeto de estudo
Na filosofia da libertação de
Dussel um dos elementos fundamentais de sua construção é a “aproximação” com o
Outro, em seu espaço e tempo, na experiência cotidiana e na história.
O outro aqui refere-se aos
empobrecidos, aos oprimidos, aos discriminados, aos marginalizados pelas
práticas e pelos mitos da modernidade. Para Fanon, a história da colonização
tem que ser reescrita e reinterpretada, mas, acima de tudo, é necessário
descolonizar as mentes para “que cesse para sempre a servidão de homem para
homem.
Portanto, o intelectual deve
fazer uma análise crítica sobre o lugar de sua fala. Assim sendo, deverá estar
ciente que há uma memória oficial hegemônica como uma memória coletiva dos “de
baixo” na pirâmide social,
A relação entre experiência e representação
A representação do social
relaciona-se com a memória e a experiência, além da reflexividade, enquanto
enunciado da modernidade. Desta forma, nas sociedades póscoloniais serão
encontradas representações que expressam lados distintos do processo de
colonização, tanto no plano dos mitos como na produção de novos saberes.
Esta diferença do poder de
representação da fala, decorrente da legitimidade atribuída pelo lugar de
enunciação do conhecimento, é criticada pelos próprios movimentos pós-coloniais
latino-americanos, conforme podemos observar no discurso de Fernando Huanacuni
(Brasil de Fato, 13/07/2009), liderança e intelectual dos aymara na Bolívia, o
qual defende que a retomada de culturas originárias deve estar contemplada nos
processos de mudança no país e que esta retomada, muitas vezes, é mais difícil
de ser aceita pela própria intelectualidade local do que pela externa.
A avaliação de Gadea nos remete
a seguinte questão: como construir uma plataforma de direitos humanos que
consolide os “direitos originários” das populações subalternas e que inclua
medidas reparadoras de suas condições históricas de sujeitos discriminados, sem
que se utilize de políticas meramente assistencialistas ou clientelistas, mas
recuperando as vozes, os desejos e os projetos desses sujeitos?
Da construção de novas plataformas de direitos humanos
Em contextos latino-americanos
de profunda subalternidade de amplos segmentos populacionais (os indígenas e
negros – herdeiros do escravismo colonial; os “sem tudo” - terra, teto,
trabalho formal, educação etc.), seria possível combater essas múltiplas formas
de exclusão social e pensar a universalidade dos direitos humanos?
As comunidades subalternas e
diaspóricas no mundo globalizado não estão restritas apenas ao localismo, mas
são constantemente atravessadas pelos valores e pelas relações com atores
globalizados, estando assim sujeitas a processos de desterritorialização e
re-territorialização, re-significando-se social e culturalmente, o que traz
novos desafios para a construção de plataformas mais inclusivas de direitos humanos
e para um civismo que não reduza esses povos a uma cidadania genérica da
modernidade.
Os valores
da modernidade ocidental foram incorporados em nosso país com uma herança
histórica, que segundo Boaventura Santos (2006), compreende: “colonialismo,
racismo, genocídio, escravatura, destruição cultural, impunidade, não
ética da
guerra” Em termos mais concretos, enquanto imigrantes europeus tiveram terras,
mercados para seus produtos, trabalho e acolhimento; nos primórdios da colonização,
negros, indígenas e seus descendentes não tiveram nem terra, nem possibilidade
concreta de trabalho “livre” e, menos ainda, reconhecimento social e político,
com implicações na auto-estima.
Formações discursivas construídas através de práticas movimentalista em
rede
O comunitarismo histórico dos
grupos subalternos na América Latina vem transcendendo de uma situação de
marginalidade na esfera pública para uma outra condição onde as vozes de
camadas subalternas começam, ainda que com dificuldades, a ter algum eco para
além de seus territórios.
Temos discutido em outros
momentos8, como as articulações em redes tem empoderado os movimentos sociais,
na medida em que aproximam e criam espaços inter-organizacionais, de trocas
materiais e simbólicas, comunicação e debate, entre as bases das ações
coletivas (incluindo-se aí os espaços comunitários do cotidiano dos grupos
subalternos), contando com a mediação de agentes políticos articulatórios (fóruns
e redes interorganizacionais diversas), com a possibilidade de participação em
mobilizações na esfera pública (marchas, protestos e campanhas), formando assim
as redes de movimentos sociais.
Será no jogo dialético entre a
tradição e as raízes culturais revistas criticamente, por um lado, as opções
políticas e as utopias, por outro, que os movimentos sociais vêm atribuindo
novos significados às situações de opressão e discriminações históricas. A
equação das raízes/opções, nos termos de Boaventura Santos (1997), pode ser
frutífera aos movimentos sociais na medida em que “o passado deixar de ser a
acumulação fatalista de catástrofe e for tão-só a antecipação da indignação e
do inconformismo” (p. 116).
Outro exemplo emblemático de
construção de uma crítica à herança colonial e à consequente hegemonia política
de representantes brancos, mesmo no seio dos movimentos sociais, ocorreu por
ocasião da 1ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em
2004, em Brasília. Durante a Conferência, as mulheres negras e indígenas,
observando a fraca visibilidade temática de suas questões, apesar da sua ampla
presença, resolveram elaborar um documento, que passou a ser utilizado também
em momentos articulatórios posteriores, denominado “Carta de Aliança de
Parentesco entre Índias e Negras”, com o seguinte conteúdo:
Observamos, em outros fóruns
posteriores9, o uso político estratégico desta noção de “aliança de
parentesco”, no sentido de construir um empoderamento das etnias oprimidas pelo
processo de colonização, que consideram-se credoras de reparação histórica no
que diz respeito à diminuição da desigualdade, à conquista de direitos, à
visibilidade e ao reconhecimento social e político. O diálogo inter-étnico no
interior do movimento das mulheres repercutiu também na própria “Articulação das
Mulheres Brasileiras”, uma rede nacional de Fóruns de mulheres, que adicionou a
sua denominação o seguinte sub-título, segundo uma de suas lideranças: “AMB - uma
articulação feminista e anti-racista”. Isso se definiu afirmando o feminino e também
afirmando o anti-racismo como uma questão central. Isso tudo é fruto das mulheres
negras dentro da AMB”.10
Os fóruns da sociedade civil não
são organizações formalmente localizadas, mas espaços estratégicos de debate
político entre atores diversificados, de formulação de objetivos comuns de
luta, de elaboração de princípios e de encaminhamento de ações concretas de
impacto político. Desta forma, observa-se que a busca de consenso cada vez mais
tem sido confrontada com o princípio de respeito à diversidade e às diferenças,
deixando-se para os espaços próprios de cada organização as lutas específicas
ou não consensuais.
Neste ponto, observa-se nos
movimentos sociais de luta pela terra no Brasil o mesmo que Gadea (2007)
constatou em relação ao movimento indígena no México, ou seja, que as políticas
emancipatórias só sobrevivem se vierem acompanhadas de pragmatismo, de
resolução de problemas concretos, de respeito e/ou reconhecimento do outro,
mesmo dentro do movimento, como sujeito com diferenças.
PREZADA: SEGUE O TEXTO DA 2º QUESTÃO
Antes de entrar diretamente na
participação da America latina na era global, faço um pequeno resgate
histórico, da terrível face do processo de globalização. A historia da America
latina segundo o vídeo, não é um processo atual ela veem com uma historia
marcada por espada, sangue, fogo e morte, quando do processo de expansão
comercial capitalista dos europeus, mataram sem piedade homens mulheres e
crianças, e tomaram as suas terras, acabaram com muitas culturas, impuseram uma
religião por forma do convencimento, o
que é muito pior, catequizando e convencendo a esses povos esquecerem o que
são. Percebemos como nasceu a globalização num processo terrível desumano, em
que apenas uma elite se beneficiava desse processo como é hoje.
, As lutas sociais na America latina, que veem
em decorrência da pobreza gerada pelo
capitalismo, por governos corruptos, militares que aplicaram golpes nos países,
e empunharam um regime com mão de ferro. Entendo que essa consequência é devido
a expansão do capital, da globalização, não é possível para mim ver o
capitalismo, como algo bem quisto para uma sociedade, humanizar o capitalismo é
impossível.A historia da America latina é marcada por regimes desumanos como a
escravidão, exploração, os povos latinos
“No auge de seu teor ideológico
Che Guevara já dizia” America para os Americanos”, o ideal de progresso por
meios mais justos para o população, acarretou a revolução cubana, e depois a
tentativa para a America Latina, não deu certo , mas hoje a almejada revolução socialista não pode cair
no esquecimento, é preciso debater nas faculdades, uma alternativa para a
barbárie dessa globalização para que o
ideal do comunismo continue a viver.
Sobral.
2012
“O
relatório também indica que a situação econômica dos países da América Latina é
muito heterogênea e o PIB se divide de maneira bem irregular. Entre as
principais economias, destaque para o Brasil, que fica com 32% do total, e para
o México, com 25%. Na ponta contrária, o Caribe tem apenas 1% do PIB da região.
(...)...Na visão da ONU, o crescimento acelerado de novos polos econômicos
demanda uma atenção particular pelos desafios que cria. “Poucos governos locais
estão preparados para assumir mudanças dessa magnitude. Sem acompanhamento
técnico e político, as cidades se sujeitam a repetir o cenário de crescimento
desordenado e habitação precária com as consequências econômicas, sociais e
ambientais que já se conhece”, apontou o relatório”.
Na citação acima percebemos a
desestruturação que é o capitalismo, do governo não tem competência para administrar o estado, o
grande capital se apropria de recursos
naturais, e vendem, segundo eles a preços acessíveis, mas os opositores dizem
não pode nem que seja acessível uma coisa que é patrimônio da humanidade, e de
graça.
Na
questão do Brasil ele ocupa uma posição de destaque, ela faz parte dos BRICS,
que são países que não entregaram a economia ao grande capital, ainda é
controlado pelo estado, e amenizou a crise nos anos do regime do
presidente Fernando Henrique, quando ele
empobreceu o pais, mas controlou a inflação, ao contrario da Argentina que não teve escolha e entrou em crise.
Segundo Estenssoro, a pobreza e
as desigualdades não são fenômenos exclusivamente do capitalismo, já existia
antes, no entanto é com ele que ela que veem expandir e dá continuidade, e a
exploração dos trabalhadores causticante pela mais valia, auxiliando a riqueza
da burguesia.
Nos autores estudados,
percebemos que eles associam a pobreza na America latina como um processo
histórico do capitalismo, a globalização veio impulsionar esse
processo, ainda mais devastador, porque as MULTINACIONAIS, TRANSNACIONAIS,
estão entrando nos lugares que antes tinham, uma vida ligada a terra, ou quando
não com pequenos comércios, eles acabam falindo as atividades dessas pessoas,
aquele vendedor de peixe, perde espaço para os grandes empresas e não tem como
competir acabam trabalhando para eles em troca de um salário mínimo.
Passamos agora a uma analise do vídeo
Filme de Silvio Tendler: O Mundo Global Visto do lado de Cá: É preciso explicar
porque o mundo hoje é horrível, é um processo histórico põe em xeque o nosso
futuro. A globalização veem das terras
conquistadas, 70 milhões exterminados
2000 línguas desapareceram,ignoraram-se povos e culturas, 10 milhões de
africanos trazidos como escravos, em condições sub-humanas, é a primeira
colonização de colonismo.
A segundo é no século XX, foi o século
das revoluções e tecnologias em um sonho do mundo melhorar, o estado de bem
estar sócia, O consumo é o fundamentalismo começa durante o estado de bem estar
social surge o consumo voraz. É uma política de empresas globais.
É difícil ser negro e intelectual
porque não faz parte da cultura nacional você criticar. A renda dos 500 mais
ricos, é superior aos 400 intermediários, a maioria esmagadora é dos ricos. O
terceiro mundismo é um dependência muito mais do que antes. “O vídeo mostra
imagens da prostituição consumismo, pobreza, a globalização é uma perversidade”
Construir um mundo da dignidade
humana objetivo é fazer dessas condições materiais fazer uma outra política. Os países da America Latina fazer voltar
exercer juros alto privatizações em nome do emprego privado incapacidade do
estado e o CONSENSO DE WASHINGTON , foi desastroso para a America latina, houve
revolta, houve dolarização,privatização a água potável pressionado pelo FMI.
O estado nacional EUA, vai bem,
com gastos militares e agentes comercial, eles falam que o estado não é
importante, os pensadores da globalização também o que interessa é a economia,
mas é uma farsa. Os EUA quer o estado fortíssimo, tanto que eles pagam 50% em
impostos é para manter o exercito.
As grandes empresas não tem
responsabilidade social, e moral, com o território é por isso que desorganizam os
territórios como socialmente e
moralmente. Ocorre a acumulação de mais riquezas para os ricos os salários
mascaram. A globalização se destaca como processo de perversidade o desemprego
aumenta, a classe media tende a baixar,a
fome alastra os pobres, o desemprego aparece como uma coisa normal,
diz-se que é uma condição para chegar –se a mais globalização a pobreza é tratado com naturalidade.
O mundo está dividido em dois grupos:
Grupo dos que não come
Grupo dos que não dorme
|
1 bilhão não tem acesso a água
3 bilhões água sem tratamento
|
O GLOBARITARISMO: Manejado por um grande grupo de
forma independente, que são as armas e a imposição de governos poderosos sobre
os mais fracos
“O Brasil jamais teve cidadãos,
nos a classe média não queremos direitos nos queremos privilégios, e os pobres
não tem direito não há pois cidadania neste país nunca houve”
Milton Santos
POR UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO: Caímos em uma outra
forma de totalitarismo, exige seguir o mesmo modelo, um mundo que espalhasse
que a liberdade é a forma suprema de vida, e ao mesmo tempo há uma consciência
de liberdade, mais sedo ou mais tarde com o dia contado, a globalização
terminará assim como foi no fascismo e no nazismo.
Ele conclui que a globalização é
mais perigosa que o nazismo e o fascismo, porque ela impõe uma falsa ideia de
liberdade, ele acredita mesmo em outra “Globalização”, solidária ainda estamos
fazendo os ensaios do que é a humanidade. Um homem falou que no capitalismo
você vale o quanto tem no bolso, então eu não valo nada porque eu não tenho
nenhum dinheiro”
REFERENCIAS
Sobral Lilian. Participação da América Latina na economia
global não avança. l. http://exame.abril.com.br/economia/noticias/participacao-da-america-latina-na
economia -global -não -avança. 2012 Retirado em 12/11/2014 as 16:59. Artigo
O Mundo Global Visto do lado de Cá. Retirado
de.WWW.youtube.com/wath?v=uub5dw_mmM. Em 16/11/2014 as 18:00. Filme de Silvio
Tendler
ESTENSSORO Luis . Capitalismo, Desigualdade e Pobreza na
América Latina. São
Paulo - 2003
Assinar:
Postagens (Atom)