FICHAMENTO: A HISTORIA DA VIDA
PRIVADA. TEXTO O IMPÉRIO ROMANO[1]
FASCÍCULO DAS FACULDADES
INTEGRADAS IPIRANGA-PROGRAMA DE
LICENCIATURAS INTEGRADAS – EIXO DE FORMAÇÃO COMUM, Belém, PA, 2015. –
Disciplina: Sociedade e Cultura na Antiguidade
Clássica e Medievalidade– Unidade
1- O Império Romano São Paulo
Companhia das letras, 1993. (p. 18-60). Autor: Paul Veyne.
Sebastião Pereira Viana Júnior[2]
Paul Veyne analisa a capa do livro, um casal romano
não se apresenta uma sociedade luxuosa, esse casal tem uma posição de
superioridade dentro de Roma. O romano segura um livro de uma cultura letrada,
refinada é a forma como ele se
apresenta. Natural em Roma para distinguir grupos sociais e a cultura letrada o
refinamento do gosto. Nenhum romano rico criava as folhas eles tinham matrizes
gregas,para aprender a língua a cultura romana.
A paternidade não é uma questão biológica, ela é
jurídica, o homem podia alegar que não é filho dele, eles abandonam as crianças
nascidas livres abandonam na porta da casa e o aborto é legal também. Não havia
muitos romanos era uma questão natural legal de não reconhecimento dos filhos
não eram mal visto, como hoje se você abandonar uma criança.
A partir do fim do império romano, quando uma nova
moral surge o cristianismo a parteira jogava a criança no chão, se o pai levantasse,
ele seria o reconhecido, era uma simbologia. Os judeus reconheciam todos os
filhos, até os bastardos, mas dentro de Roma não acontecia isso o pai decidis se
reconhece ou não a mulher cabia a função de reproduzir.
1-Império Romano
1.1-Com eles o gelo logo se rompe: para conhecê-lo basta fitálos nos
olhos;eles mesmo nos olham assim. Em todas as suas épocas a arte do retrato não
comporta semelhança troca de retrato. (pag.20)
1.2-Esse homem e essa mulher não são objetos, pois no vêem; porem nada fazem para nos provocar, seduzir,
convencer ou entre mostrar alguma interioridade que não mais ousaríamos julgar.
(pag.20)
1.3-Durante muito tempo essa humanidade Greco-romana foi clássica:
natural atemporal ampla. (pag.20)
1.4-Hoje em dia acreditamos na arbitrariedade dos costumes, no tempo da
historia e na finititude. (pag.20)
1.5-Não são seres de carne e osso captados num momento qualquer de sua
vida; mas os tipos de individualizados de uma sociedade que quer ser o mesmo
tempo natural e ideal. (pag.20)
1.6-O marido e a mulher detêm os atributos menos contestáveis e mais
pessoais de sua superioridade social.
(pag.21)
Coisa bastante rara na arte antiga. Que não aprecia os gestos
familiares o homem expectante apoia o
queixo no livro(em forma de rolo) . (pag.21)
1.7-(...)... e a mulher pensativa leva o estilete aos lábios procura,
pois a poesia também é uma arte das damas.
(pag.21)
1.8-Burgueses ou senhores? Elegantes. Se a amizade e o luto têm seus
direito então tenho a permissão de dedicar as paginas seguintes á memória de
Michel Foicault. (pag.21)
2-Do Ventre Materno ao Testamento
2.1-Ser Aceito ou Abandonado (pag. 23)
2.2-O nascimento de um romano não é apenas um fato biológico. Os recém
nascidos só veem ao mundo, ou melhor, só são
recebidos na sociedade em virtude de uma decisão do chefe da família.
(pag.23)
2.3-(...)... a contracepção, do aborto, o enjeitamento das crianças de
nascimento das crianças de nascimento livre e o infanticídio do filho de uma escrava são portanto praticas
usuais e perfeitamente legais. (pag.23)
2.4-Em Roma um cidadão não “tem” um filho: ele o “toma” , “levanta”
(tollere); o pai exerce a prerrogativa, tão logo nasce a criança, levantá-la do
chão, onde a parteiro o depositou. (pag.23)
2.5-A mulher acaba de dar à luz (sentada,numa poltrona especial, longe
de qualquer olhar masculino). (pag.23)
2.6-A criança que o pai não levanta será exposta diante da casa ou num
montuno publico, quem quiser que acolha. Igualmente será enjeitada se o pai
estando ausente, o tiver ordenado a mulher grávida . (pag.23)
2.7-Na Grécia era mais frequente enjeitar meninas que meninos (pag.23)
2.8-Um heleno escreveu “Se (bato na madeira) tiveres um filho, deixa-o
viver; se tiveres uma filha enjeita-a
(pag.23)
2.9-Os pobres abandonavam as crianças que não podiam alimentar; outros
“pobres” (no sentido antigo do termo, que hoje traduziria mos por classe
média). (pag.24)
2.10-(...)...enjeitavam os filhos “para não vê-los corrompidos por uma
educação medíocre que os torne inaptos á dignidade e á qualidade . (pag.24)
2.11-“O nascimento de um filho ou filha rompe o testamento” já selado
anteriormente amenos que o pai se conforme com deserdar de antemão o rebento que poderia vir a ter talvez se
preferir nunca mais ouvir falar nele a deserda-lo. (pag.24)
2.12-O que acontecia com as crianças enjeitadas? Raramente
sobreviviam,escreve pseudo Quintaliano, que estabelece uma distinção os ricos
desejam que as crianças nunca mais apareça, enquanto os miseráveis pressionados
pela pobreza, fazem de tudo para que o bebe seja recolhido. (pag.24)
2.13-Por vezes o enjeitamento não passava de um similucro: às
escondidas do marido,a mulher confiava o filho a vizinhos ou subordinados que o
criavam secretamente. (pag.24)
2.14-Decisão legitima e refletida, o enjeitamento podia tomar a
aparência de uma manifestação de principio. (pag.25)
2.15-Um marido que suspeita da fidelidade da esposa enjeita a criança
que considera adulterina, assim abandona na porta do palácio imperial a filha
de uma princesa “inteiramente nua”.
(pag.25)
2.16-(...)... após o assassinato de Agripina por seu filho Nero, um
desconhecido “abandonou em pleno foro um bebe com um cartaz onde se lia: Não te
crio com medo de que mate tua mãe”.
(pag.25)
2.17-Em Roma a voz do sangue falava muito pouco; o que falava mais alto
era a voz do nome da família. (pag.25)
2.18-(...)... geralmente ricos e poderosos, que conseguiam as vezes introduzir do filhos na
ordem dos cavaleiros ou até no senado (pag.25)
2.19-(...)... A oligarquia dirigente reproduzia-se através de seus
filhos legítimos e dos filhos de seus
antigos escravos. Pois os libertos
tinham o sobrenome do amo que os
libertava da escravidão . (pag.26)
3-Natalidade e Contracepção (pag. 26)
3.1-As adoções e ascensão social de certos libertos compensavam a fraca
reprodução natural, pois a mentalidade romana é bem pouco naturalista .
(pag.26)
3.2-Aborto e contracepção eram praticas usuais, mas o que deturpa o
quadro feito pelos historiadores é que
os romanos abrangiam sob o termo aborto cirúrgico que também chamamos
como tal e outros que denominamos de contracepção.
(pag.26)
3.3-Nem os moralistas mais severos podiam impor a mãe o dever de
guardar seu fruto; sequer penaram em reconhecer ao feto o direito de viver.
(pag.26)
3.4-Pelo que hoje sabemos sobre o poder multiplicador da espécie
humana, a população do Império teria se multiplicado muito mais e ultrapassado seus limites.
(pag.26)
3.5-Qual era o procedimento utilizado/ Plauto,Cícero e Ovídio aludem ao costume pagão da lavagem
após o ato sexual. (pag.26)
3.6-Quantos filhos eles tem? A lei concedia um privilegio ás mães de
três filhos, entendendo que elas haviam cumprido seu dever, e esse numero
parece ter predominado. (pag.27)
3.7-Um pregador estoico perguntará: Acreditamos que já fizemos muito ao
pôr no mundo, para assegurar a
perpetuação da raça, dois ou três fedelhos. (pag.27)
4-Educação (pag. 28)
4.1-Assim que veem ao mundo o recém nascido menino ou menina é confiado
a uma nutriz: havia passado a época em que as mães amamentavam os próprios
filhos. (pag.28)
4.2-As crianças vivem com eles, com eles tomam suas refeições, porém
jantam os pais ou seus convidados. (pag.28)
4.3-Quando uma moça se casa, sua mãe e sua nutriz vão juntas,na noite
de núpcias, dar os últimos conselhos ao jovem esposo. (pag.28)
4.4-Pedagogo, nutriz e irmão de leite são uma vice família livre para
todas as indulgencias, até mesmo as complacência e ignorar as leis do mundo
para assassinar a mãe Agripina, Nero terá seu “nutridor” como cúmplice.
(pag.28)
4.5-Nas casas ricas, a vice –família saudavelmente mora no campo, longe
das tentações sob a direção de uma velha e severa parenta . (pag.28)
4.6-A realidade de uma educação pode não corresponder ao desejo dos
educadores e um professor romano nos dá um indicio fala, é bem verdade com
particular severidade, como exige sua profissão. (pag.28)
4.7-(...)... ( em Roma os filósofos e por vezes também os estoicos tem
um lugar a parte na sociedade, um pouco como os padres entre nós) (pag.28)
4.8-Segundo ele a criança, que supõe educada na casa dos pais recebe do
ambiente apenas lições de “indolência”; usa vestes tão luxuosas quanto as dos
adultos. (pag.28)
4.9-Mais adiante veremos como Roma as mentes estavam impregnadas de uma
doutrina de senso comum que condenava como pervertido e decadente o mundo tal
como se encontra. (pag.29)
4.10-Teoricamente a educação tinha por objetivo temperar o caráter a tempo para que os
indivíduos pudessem resistir, depois de adultos, ao micróbio do luxo e da
decadência que devido ao vícios dos tempos atuais. (pag.29)
4.11-Também diz Sêneca, “os pais
forçam o caráter ainda flexível dos bebes a suportar o que lhes fará bem; podem
chorar e se debater que mesmo assim são
rigidamente enfaixados com medo de que seu corpo ainda imaturo se deforme ao
invés de crescer direito e em seguida se lhes inculca a cultura liberal
recorrendo ao terror se a reusam.
(pag.29)
4.12-Os novos ricos imitavam bem
esse costume aristocrático. A distancia entre pais e filhos era vertiginosa.
(pag.30)
4.13-(...)... os dons excepcionais do filho justificam o luto publico
do pai . como se sabe o pretenso instinto materno ou paterno mistura caos
individuais de amor de eleição.
(pag.30)
5-Adoção (pag. 30)
5.1-Nosso professor tinha mais uma razão para chorar seu filho bem
amado; um alto personagem, um cônsul, acabara de adota-lo, o que prometia ao
menino uma fulgurante carreira publica. (pag.30)
5.2-Visivelmente dava-se uma criança em adoção como se dava uma filha
em casamento, sobre tudo em se tratando de um bom casamento. (pag.30)
5.3-Assim como um testador tornava seu continuador aquele a quem
instituía herdeiros, assim também, ao adotar um jovem escolhido, elegia-se um
sucessor digno de si. (pag.30)
5.4-O mais belo caso de herança combinada com adoção é o de u certo
Otavio, que transformado em filho e
herdeiro de Cesar, um dia se tornará, por esse meio o imperador Otavio Augusto
. (pag.30)
5.5-Essas crianças deslocadas como peões no tabuleiro de xadrez da
riqueza e do poder não são criaturinhas armadas e mimadas;tais cuidados compete
a criadagem. (pag.31)
5.6-A criança aprendeu a falar com a nutriz; nas casas ricas a nutriz
era grega, para que a criança aprendesse no berço essa língua da cultura. Ao
pedagogo cabia ensinar a ler. (pag.31)
5.7-Os livros do poeta em voga imediatamente chegam ao fim do mundo: a
Lyon. O resto são nuanças (bem o sabem os historiadores do Ancien Regime) .
(pag.32)
5.8-Por outro lado os preceptores só eram acessíveis ás famílias muito
ricas, havia, diz Ulpino. “ nas cidades
e nos burgos professores que ensinavam a escrita” (pag.32)
5.9-Descobrimos uma porção de documentos escritos pela mão de gente
simples; contas e artesãos, cartas ingênuas, grafites murais tabuinhas de
feitiços ... (pag.32)
5.10-De modo que para redigir um documento publico, uma petição, até um
simples contrato,gente que a rigor só sabia ler e escrever sentia-se “iletrada”
e procurava um escrivão publico. (pag.32)
5.11-Uma parte mais ou menos considerável das crianças romanas nas frequentou
a escola antes de completar os 12 anos, as meninas não menos que os meninos (confirma-o
o medico (Soranos); melhor ainda as escolas eram mistas). (pag.32)
5.12-Aos 12 anos o destino de meninos e meninas se separam assim como
os destinos dos ricos e dos pobres. (pag.32)
5.13-Somente os meninos se pertenciam a uma família abastarda,continuam
a estudar sob o chicote de um “gramático” ou professor de Literatura estudam os
autores clássicos e a mitologia . (pag.32)
5.14-Cabe dizer que aos doze anos uma menina estava na idade núbil, que
algumas eram dadas em casamento nessa tenra idade e que o casamento se
consumava;em todos os casos, aos 14 anos a menina era adulta.os homens então as
chamam de senhoras. (pag.32)
5.15-Nas famílias ricas, a partir desse momento as moças são encerradas
na prisão sem grades dos trabalhos de fuso que serve para demonstrar que elas
não passam o tempo fazendo o que não devem. (pag.32)
5.16-(...)..,. Se uma mulher adquire uma cultura de salão sabe cantar
dançar tocar instrumentos (canto, musica e dança estavam ligados) Tais talentos
serão louvados e apreciados, podem logo se acrescentara que ela é uma mulher
honesta. (pag.33)
5.17-Durante esse tempo os meninos estudam. Para se tornar bons
cidadãos. Para aprender seu futuro ofício?
Para adquirir os meios de compreender alguma coisa do mundo em que
vivem? Não, mas para adornar o espírito, para se instruir nas belas letras.
(pag.33)
5.18-É excepcional na historia que a educação prepare o menino para a
vida, e seja uma imagem da sociedade em miniatura ou em germe. (pag.33)
2.19-Deixamos de lado a educação nas partes gregas do império, que
diferia em vários aspectos. Aqui devemos acreditar em Nilson; (pag.34)
5.20-Tinha por cenário a palestra e o ginásio, pois era um segundo
lugar publico aonde todos podiam ir e onde não se fazia apenas ginástica.
(pag.34)
5.21-A esses ensinamentos, que se prolongava até cerca dos dezesseis
anos, sucediam –se sem interrupção um ou dois anos de efebia, cujo programa era
o mesmo. (pag.34)
5.22-Além do caráter publico,da musica e da ginástica, havia outra
diferença. Nenhum romano de bom nascimento pode se dizer culto se não aprendeu
co um preceptor q língua e a literatura grega. (pag.34)
6-Adolescência (pag. 34)
6.1-Os intelectuais gregos que, como os italianos do século XVI, iam
alugar seus talentos no estrangeiro exerciam naturalmente sua sabedoria medica
ou filosófica em grego, língua e suas ciências; em Roma acabavam aprendendo,
pela força do uso, uk pouco de latim. (pag.34)
6.2-Aos doze anos o pequeno de boa família deixa o ensino elementar; aos catorze,
abandona as vestis infantis e tem o e tem o direto de fazer tudo o que um jovem
gosta de fazer; aos dezesseis ou dezessete, pode optar pela carreira publica.
(pag.34)
6.3-Um filho de senador, por exemplo : aos dezesseis anos completos,
torna-se cavaleiro.; aos dezessete ocupa seu primeiro cargo publico. (pag.34)
6.4-À aprendizagem no exercito das coisas cívicas e profissionais
acrescenta –se o estudo escolar da cultura
o povo tem uma cultura nas mãos a ambição de se tornar culto.
(pag.36)
6.5-A escola forçosamente ensinará a todos os notáveis prestígios para
todos, mas que interessam a pouca gente,mesmo que aqueles que admiram de longe.
(pag.36)
6.6-E como uma instituição logo se considera um fim em si mesma logo se
considera um fim em si mesma, ensinará
principalmente, e dirá clássico, o que é mais facilmente insanável desde os
tempos de Atenas clássicas . (pag.36)
6.7-(...)... a retórica soube elaborar uma doutrina mastigada e pronta
para ser ensinada, assim os jovens romanos de doze a dezoito anos aprendiam a
ler seus clássico, depois estudavam a retórica. (pag.36)
6.8-(...)...E o que é a retórica?
Não é uma coisa útil, que contribui para a “sociedade”. A
eloquência da tribuna e também a do tribunal
desempenharam um grande papel na
Republica Romana . (pag.36)
6.9-Ainda no Império o publico acompanhava os processos como hoje
acompanhamos a vida literária, e a
gloria dos poetas não tinha a auréola de larga popularidade que cingia a fonte
dos oradores de talento. (pag.36)
6.10-A aprendiam por tanto a arte da eloquência? Não, pois logo a
retórica tal como era ensinada na escola se tornou uma arte á parte.
(pag.36)
6.11-Os temas e discursos propostos aos pequenos romanos nada tinham a
ver com o mundo real; ao contrario, quanto mais estapafúrdio fosse um tema, mais matéria fornecia a
imaginação a retórica r=tonava-se um jogo de sociedade. (pag.36)
6.12-Essa foi a genealogia do ensino antigo: da cultura á vontade de cultura,
desta á escola e daí ao exercício escolar transformando num fim em si mesmo.
(pag.37)
7-O Fim da Juventude (pag.37)
7.1-Enquanto “dá a Sila o conselho de abdicar a ditadura” ou deliberar
sobre o que a jovem violentada deve escolher, o pequeno romano torna-se púbere.
(pag.37)
7.2-Para os médicos, Celso ou rufo de Éfeso, a epilepsia é uma doença
que se cura sozinha na puberdade, ou seja no momento em que as meninas têm as
primeiras regras e os meninos fazem amor
pela primeira vez. (pag.37)
7.3-Entre a puberdade e o casamento os meninos gozavam, portanto, um
período em que a indulgencia dos pais era admissível. (pag.37)
7.4-Durante cinco ou dez anos, o jovem frequentava prostitutas, tomava
amantes ; como um grupo de adolescentes, forçava a porta de uma mulher da vida
para a violação coletiva. (pag.37)
7.5-Infelizmente não se tinha a essas louváveis atividades físicas,
trasladadas da educação esportiva cara á civilização grega. (pag.37)
7.6-Em Roma sempre se reconheceu como um privilegio dos rapazes ricos
percorrer as ruas aos bandos, a noite, para espancar ou maltratar os burgueses
e destruir um pouco as lojas. (pag.38)
7.7-(...)...o jovem Nero não faltou ao costume , tanto que quase foi
arrebentado por um senador que o bando agrediu e não reconheceu o imperador
entre seus agressores. (pag.38)
7.8-Os mesmos jovens serviam de claque e torcida para as equipes de
gladiadores e cocheiros entre as quais se dividiam as preferências do publico,
cuja paixão entre as quais se dividiam as preferências do publico. (pag.38)
7.9-São privilegio da juventude
e também privilegio do grupo constituído de jovens. Na hora do casamento acabam
–se as amantes, acabam-se as relações com os favoritos. (pag.38)
7.10-Tal foi ao menos a primeira moral romana. Mas, ao longo do século
II de nossa era, pouco a pouco se difunde a nova moral . (pag.38)
7.11-(...)... fortalecia-se as lendas médicas ( não esqueçamos que a
medicina antiga tem mais ou menos a mesma seriedade cientifica da medicina da
época de Molière. (pag.38)
7.12-(....)... essa moral trata de confiar a sexualidade ao casamento,
até para os rapazes e de iniciar os pais a conservá-los virgens até o dia das
núpcias. (pag.38)
7.13-Não se trata de puritanismo, e sim de higiene já os rapazes conjugais
são outra coisa: confunde-se com a
instituição cívica e natural do casamento e conseqüentemente constitui um
dever. (pag.38)
7.14-Marco Aurélio, imperador, e também
filósofo, se felicitara por “haver salvaguardado a flor de sua
juventude, por não ter feito cedo demais
ato de virilidade a até mesmo passado o tempo”. (pag.38)
7.15-Os médicos prescrevem a ginástica e os estudos filosóficos para
tirar dos jovens a energia venérea . (pag.39)
7.16-Deve-se evitar a masturbação: não que ela propriamente tire as
forças, mas faz amadurecer muito cedo uma puberdade que será um fruto
imperfeito porque precoce. (pag.39)
8-Matar o pai (pag. 39)
8.1-A essa nova modalidade acrescentam-se argumentos tirados da velha moral, cívica e
zelosa do patrimônio. (pag.39)
8.2-A passagem da idade de homem já não era um fato físico reconhecido
por um direito habitual, e sim uma ficção jurídica . (pag.39)
8.3-Civismo um jovem que abusou da indulgencia em relação a seus
prazeres terá perdido
a oportunidade que não encontrará
mais . (pag.39)
8.4-Os juristas sempre se preocuparam mais com o patrimônio que com a
moral. Ora se a herança paterna demora, um púbere de catorze anos pedira
empréstimos a juros para pegar seus prazeres.
(pag.40)
8.5-Quintiliano conta, sem grandes espantos, que um nobre de dezoito
anos teve tempo de fazer da amante sua herdeira antes de morrer na flor da
idade. (pag.40)
8.6-Chegamos num ponto importante e talvez o seja uma particularidade
do direito romano, que surpreenda os gregos, era que púbere ou não, casado ou
não, um menino permanecia sob a autoridade paterna e só se torna inteiramente
romano “pai de família”, após a morte do pai. (pag.40)
8.7-Consequência: um jovem de dezoito anos é órfão institui a amante
como herdeira, enquanto um homem de idade madura não pode realizar nenhum ato
jurídico com sua própria autoridade se
ainda tem pai vivo. (pag.40)
8.8-Juridicamente, sem duvida o poder paterno atenuava-se. Não é todo
mundo que deserda os filhos, e para isso é necessário primeiro não morrer
intestado. (pag.40)
8.9-Quanta à morte do filho por sentença paterna, que desempenha um grande papel na imaginação
romana, os últimos exemplos datam de Augusto e indignaram a opinião
publica. (pag.40)
8.10-Mas o pai pode lhe conceder certo capital, o pecúlio do qual disporá como quiser. E depois o pai
pode simplesmente decidir emancipa-lo. O
filho portanto, tinha razões para esperar e meios para agir. (pag.40)
8.11-Ele não pode fazer um gesto sem o pai; conclui o contrato,
libertar um escravo, elaborar seu
testamento. (pag.41)
8.12-A essas humilhações acrescenta se o risco de ser deserdado, que é
real. Vamos folhear a correspondência de Plínio. (pag.41)
8.13-(...)... “Fulano institui o irmão como herdeiro universal, em
detrimento da própria filha”, “Sicrana
deserdou o filho”,”Beltrano, deserdado pelo pai” .... (pag.41)
8.14-A opinião pública, tão poderosa sobre os espíritos da classe alta,
veremos, não censurava automaticamente:
julgava. “tua mãe teve razão para te
deserdar que era legitima”. (pag.41)
8.15-Servidão final: o filho não pode fazer carreira sem o
consentimento do pai; sempre poderá ser nomeado senador, se for nobre. (pag.41)
8.16-Em muitos edifícios públicos da Ásia da África romana, construído
á custa dos conselhos a título de suas honras lê-se uma inscrição informando
que o pai dispendeu o dinheiro pelo
filho. (pag.42)
8.17-O filho que teria a custosa honra de fazer carreira era aquele que
o pai escolhesse. (pag.43)
9-Testamento (pag.42)
9.1-A morte do pai anuncia a herança dos filhos, exceto azar, e, em todo caso, o fim de uma espécie
de escravidão; os filhos tornavam se
adultos e a filha se não fosse casada ou
divorciada, tornava-se herdeira. Livre para casar-se com quem quisesse.
(...)... ainda era preciso que a herdeira não caísse sob outra autoridade a do
tio paterno. (pag.42)
9.2-Assim não nos surpreendemos com a obsessão do parricídio e sua
relativa frequência. (pag.42)
9.3-Os romanos plenamente homens são, portanto só os cidadãos livres que, órfãos ou
emancipados, são “pai de família’,
casados ou não, donos ou não de patrimônio. (pag.42)
9.4-O pai de família tem um
lugar á parte na moral vigente e Aulo
Gélio diz isso, ao relacionar a seguinte discussão. “deve-se sempre obedecer o
pai”. (pag.42)
9.5-A autoridade da família e a dignidade social dos pais de família
tem o testamento como arma e como símbolo. (pag.43)
9.6-Pois o testamento constitui uma espécie de confissão em que o homem
social se revela inteiramente e pelo
qual seria julgado . (pag.43)
9.7-A leitura publica do testamento era o acontecimento publico do
momento, pois as disposições e heranças não eram tudo e o testamento adquiria
valor de manifesto. (pag.43)
9.8-O falecido também poderia insultar pot mortem aqueles a quem havia
detestado secretamente e reconhecer os
valores. (pag.43)
9.9-A política imiscuía-se um senador sempre tido como homem sério
perdeu tal reputação por causa de seu testamento. (pag.43)
9.10-Sabemos da importância que em outras sociedades tinham o ritual do
leito de morte e das ultimas palavras. (pag.43)
10-O Casamento (pag.45)
10.1-Na Itália romana, um século antes ou depois de nossa era, cinco ou
seis milhões de homens e mulheres são livres e cidadãos. (pag.45)
10.2-Contam-se ainda em dois milhões de escravos, que são ou domésticos
ou trabalhadores agrícolas. (pag.43)
10.3-Sobre seus costumes sabemos apenas que a instituição privada do
casamento lhes era proibida e como tal permanecerá até o século III. (pag.45)
10.4-Consta que essa gente vivia em estado de promiscuidade social.
(pag.45)
10.5-(...).. com exceção de um punhado de escravos de confiança que
administrava a casa dos senhor. (...)... Esses privilégios tomavam por logo
tempo uma concubina exclusiva ou a
recebiam das mãos do senhor.
(pag.43)
11-Como Sabe se Alguém é Casado. (pag.43)
11.1-Voltemos pois aos homens livres. Entre eles alguns nasceram livres
das justas núpcias de um cidadão e uma cidadã; outros são bastardos nascidas de
um cidadã. (pag.45)
11.2-(...)... e todos podem recorrer á instituição cívica do casamento.
Tal instituição é paradoxal a nossos olhos: o casamento romano é um ato privado. (pag.45)
11.3-(...)... (não existe contrato de casamento, mas apenas um contrato
de dote...supondo que a prometida possua um contrato de dote) e até informal. (pag.45)
11.4-(...)...por mais que se diga, era obrigatório. Em suma o casamento
era um fato privado, como entre nós o noivado. (pag.45)
11.5-Então como um Juiz, em caso de litígio por herança, podia decidir
se um homem e uma mulher eram legitimamente
casados? (pag.45)
11.6-Na falta de gestos ou indícios formais, decidia-se pelos indícios
para estabelecer os fatos. Que índicos? (pag.45)
11.7-(...)...Por exemplo: atos inequívocos, tais como uma constituição
de dote, ou gestos que provam a intenção de ser esposo. (pag.46)
11.8-Era fundamental determinar
se os conjugues estavam unidos em justas núpcias; pois o casamento
instituição privada não escrita e solene era uma instituição de fato que criava
efeitos de direitos. (pag.46)
11.9- As vezes os Juristas hesitavam legitimamente: simples desavença
ou verdadeira separação. (pag.46)
11.10-A cerimônia nupcial
implicava a presença de testemunhas uteis em caso de contestação. (pag.47)
11.11-A noite de núpcias desenrolava-se com uma violação legal, da qual
a esposa saia “ofendida contra o marido” (que habituado a usar escravas, não
percebia bem a iniciativa da violação ) . (pag.47)
11.12-A china também conhecia esse estranho derivativo . estando
grávida, a esposa abstem-se do amplexo conjugal durante toda a gravidez. (pag.47)
11.13-Um poeta chega a prometer em seu epitalâmio uma tarde de amor ao
novo esposo ousadia perdoável no dia seguinte ás núpcias; do contrario, fazer
amor sem ser á noite constituiria
descarada libertinagem. . (pag.47)
11.14-Porque as pessoas se casavam? Para esposar um dote (era um dos
meios honrosos de enriquecer) e para ter, em justas boda, rebentos que. Sendo
legítimos recolhiam a sucessão; e perpetuariam o corpo cívico. (pag.47)
11.15-(...)...um século depois deve considerar-se como bom marido e
oficialmente respeitar a mulher. .
(pag.47)
11.16-Porque tal mudança? Michel Foucult acha que o papel do homem dos machos, myda quando o império
sucede a republica e as cidades gregas independentes; os membros da classe
dirigente, cidadãos militantes que eram, tornam-se notáveis locais e fiéis
súditos do imperador. (pag.48)
11.17-O ideal Greco-romano de autodomínio de autonomia, estava ligado á
vontade de exercer também um poder sobre
a vida publica. (pag.48)
11.18-Ora o estoicismo pregou á exaustão a nova moral do casal.
(pag.48)
11.19-Nos campos italianos, os camponeses livres pequenos proprietários
ou meeiros dos ricos eram casados: não se sabe mais sobre eles; civismo ou estoicismo,
tais opções não lhes diziam respeito. (pag.48)
11.20-Moral cívica, depois moral do casal. Quando se passou de uma a
outra, em um século ou dois, o que mudou foi menos a conduta das pessoas. (pag.48)
11.21-E essas formas comportavam o conteúdo. A primeira moral dizia;
casar-se é um dos deveres do cidadão.A segunda “ Quem quer ser um homem de bem
deve fazer amor para ter filhos” (pag.48)
11.22-A primeira moral não questiona a fundamentação das normas: como
apenas as justas núpcias permitiam gerar cidadãos de forma regulamentar deve-se
obedecer e casar. (pag.48)
11.23-A segunda, menos militarista, quer descobrir um embasamento das
instituições como casamento existe a sua duração ultrapassar em muito o dever
de gerar filhos. (pag.48)
11.24-Em sua a nova moral queria dar prescrições justificadas a pessoas
racionais; sendo incapaz de ousar criticar as instituições. (pag.48)
11.25-Na velha moral cívica, a esposa era apenas um instrumento da
função de cidadão e chefe de família. Fazia filhos e aumentar o patrimônio (pag.49)
11.26-Na segunda moral a mulher é uma amiga; tornou-se “ a companheira de
toda a vida” . Só lhe resta continuar racional. (pag.49)
11.27-Em suma, o casal chegou ao Ocidente no dia em que a moral decidiu
se perguntar por que boa razão um homem
e uma mulher deviam passar a vida juntos e não mais aceitou a instituição como
uma espécie de fenômeno natural. (pag.49)
12-O Casamento como Dever a Cumprir (pag.49)
12.1-Essa nova moral formula-se assim: “Eis o dever do homem casado”. A
formulação da moral cívica. (pag.49)
12.2-Casar-se é um dos deveres do cidadão. (pag.49)
12.3-“O casamento é uma fonte de confusão, todos sabemos, mas é
necessário se casar por civismo” (pag.49)
12.4-O casamento não era algo implícito, mas explica; o que criou a
ilusão de uma crise da nupcialidade de uma difusão do celibato. (pag.49)
12.5-O casamento, era como um dever entre outros, uma opção. Não é o
“fundamento de um lar” (pag.50)
12.6-A esposa será menos a companheira desse senhor que o objeto de uma
de suas opções. Tanto será um objeto que dois senhores poderão repassá-la
amigavelmente. (pag.50)
12.7-O casamento pé apenas um
dos atos da vida, e a esposa não passa de um dos elementos da casa, que
compreende igualmente os filhos, os libertos , os clientes e os escravos “se
teu escravo, teu liberto, tua mulher ou teu cliente ousam replicar, tu te
enraiveces”, escreve Sêneca. (pag.50)
12.8-Senhor e senhora formam um “casal” ? O senhor permite que os
visitante vejam a senhora, como os ocidentais atuais ou a
senhora se retira rapidamente, como nos países islâmicos. (pag.50)
12.9-A mulher é uma criança grande da qual se deve cuidar por causa do
dote e do nobre pai. (pag.50)
12.10-Tais infantilidades desconcertantes são realidades que acarretam
consequências nas relações políticas entre senhores. (pag.50)
12.11-Se a esposa engana criticam-no por falta de vigilância ou de
firmeza e por deixar o adultério florescer na cidade. (pag.51)
12.12-Assim como repreendemos os pais
muito fracos e que mimam os filhos, os quais acabarão caindo na
delinquência, aumentando a insegurança publica. (pag.51)
12.13-O único meio de um marido ou pai prevenir tal dano era ser o
primeiro a denunciar publicamente a má conduta dos seus. (pag.51)
12.14-Como os maridos enganados são mais ultrajados que ridículos e as divorciadas levam seu dote consigo. (pag.51)
12.15-Nada mais estranho aos romanos que o sentido bíblico da
apropriação de uma carne, não os repugnava esposar uma divorciada ou, como o
imperador Domiciano aceitar voltar com a esposa que durante algum tempo havia
sido a mulher de outro homem. (pag.51)
13-Falso Nascimento do Casal. (pag.52)
13.1-Sendo o casamento um dever cívico e uma vantagem patrimonial tudo
que a velha moral exigia dos esposos era que executasse uma tarefa definida:
ter filhos cuidar da casa (pag.52)
13.2-No casamento os esposos
terão o dever estrito de cumprir suas respectivas tarefas. Se, além
disso se entenderem bem, será um mérito adiciona, não uma preocupação. (pag.52)
13.3-O amor conjugal era sorte, não base do casamento nem condição do
casal. Todos sabiam o desentendimento era um flagelo difundido por tida parte e
resignavam-se . (pag.52)
13.4-(...)...os moralistas diziam que, aprendendo a suportar as falhas
e os humores de uma esposa o homem se formava para afrontar as penas do mundo. (pag.52)
13.5-Os historiadores elaboravam listas de casais unidos até a morte; o
que impedia , ao cumprimentar um recém –casado, e se disse como obvio. (pag.52)
13.6-Não sendo obrigatório, maior era o mérito de tratar bem a esposa,
ser “bom vizinho, anfitrião amável,
meigo com a mulher e clemente com o escravo” (pag.52)
14-A Nova Ilusão. (pag.53)
14.1-O casal já teria chegado ao Ocidente? Não: mérito não é de ver.
Nunca? Exalta –se o entendimento onde é constatado, mais ninguém o coloca como
norma pressuposta da instituição. (pag.53)
14.2-Este será o caso na nova moral, aparentada como o estoicismo, em
que o ideal do casal se torna, aparentada com o estoicismo, em que o ideal do
casal torna-se um dever. (pag.53)
14.3-Na antiga moral, ela se classifica entre os domésticos, nos quais
mandava por delegação marital. (pag.53)
14.4-Ocorre com essa transformação moral o mesmo que com toda a
historia: depois de um século de sociologia da cultura mais e mais
historiadores confessam-se incapazes de explicar as mudanças culturais e
admitem não ter a menor ideia da possível explicação casual nessa matéria. (pag.54)
14.5-O senador Plínio não pertencia a nenhuma seita; escolhera a
eloquência mais que a sabedoria. (pag.54)
14.6-Ele mesmo declara ter com a mulher relações elegantes e
sentimentais e demonstrar o maior
respeito, profunda amizade e todas as virtudes . (pag.54)
14.7-Outro neutro, o senador Tárcito, admite, contar a tradição
republicana, que uma mulher pode acompanhar o marido quando este parte para
governar uma província. (pag.54)
14.8-O individuo só devia se submeter aos papeis sociais combatíveis
com a inclinação para autarcia e com a simpatia não menos natural que impele a
cada homem a se interessar por seus
semelhantes. (pag.56)
14.9-Mas o estoicismo foi vitima de seu êxito num meio de letrados
ricos e poderosos e tornou-se uma versão doutra moral corrente . (pag.56)
14.10-(...)... os deveres do homem em relação a si mesmo e a seus semelhantes são
identificados com a instituições que essa doutrina degenera procura
interiorizar a moral. (pag.56)
15-Castos Esposos (pag.56)
15.1-Além desse conformismo voluntarista em que se transformou havia
uma finidade mais autentica entre o estoicismo e a nova moral conjugal.
(pag.56)
15.2-Ora o estoicismo era uma doutrina da autonomia moral, do controle
do individuo racional tradicional sobre si mesmo, do interior, só é preciso que
esse individuo preste incessantemente atenção a todos os detalhes de rota da
vida. (pag.56)
15.3-Base da instituição é preciso casar,ensina Antipater de Tarso para
dar cidadãos à pátria e porque a propagação da espécie humana está em
conformidade com o plano divino universal (pag.56)
15.4-O adultério constitui um roubo ensina Epictero; roubar a mulher do
próximo é tão indelicado quanto tirar a porção servida aos vizinhos da mesa.
(pag.56)
15.5-O casamento diz Sêneca, consiste de uma troca de obrigações,
desiguais, talvez, mais diferente, sendo a da mulher obedecer. (pag.56)
15.6-Agravamento da instituição como vemos. Pois sendo o casamento uma
amizade , os esposos devem fazer amor apenas para ter filhos a sem se arriscar
demais, não se deve tratar a esposa como amante, assevera Sêneca. (pag.57)
15.7-E o próprio Pompeu, quase grande homem, não se deita com a esposa
no momento da despedida, embora não fosse estoico. (pag.57)
15.8-A razão se pergunta: Porque fazer isso? Contraria sua natureza
planificadora dizer: “afinal porque não fazer”. (pag.59)
15.9-No entanto o cristianismo não é um monólito, em seus primeiros
séculos evoluiu muito mais quem o estoicismo. (pag.59)
15.10-Além disso, é muito diverso. O Cristão Clemente de
Alexandria foi influenciado pelo
estoicismo a ponto de recopiar conjugais do estoico Musônico sem mencionar o
verdadeiro autor. (pag.59)
15.11-Quando Santo Agostinho, um dos mais prodígios inventores de
ideias que o mundo já conheceu, achou mais simples inventar sua própria
doutrina do casamento. (pag.59)
15.12-Há mais uma moral não se reduz ao que manda fazer, mesmo que as
regaras conjugais de uma parte do paganismo e de uma parte do cristianismo
sejam textualmente as mesmas.
15.13-Tal proclamação no entanto não tem as mesmas consequências se é
feita por uma doutrina de sabedoria que dá aos indivíduos livres, para sua
autonomia neste mundo. (pag.59)
15.14-(...)... caso os achem convincentes; e se a mesma
proclamação é feita por uma Igreja
todo-poderosa que entende governar as consciências para sua salvação no além e
deseja legislar sobre todos os homens sem exceção. Estejam eles convencidos ou
não. (pag.59)
Ser filho não era uma condição genética, biológica,
mas de reconhecimento por parte do pai. Existia
um ritual simbólico de reconhecimento do homem. A mulher cabia à função de
reproduzir três filhos e cumprir a sua cidadania. O sentimento de família
maternal paternal não existia. Os filhos não eram cridos com pais. Esse
abandono acarretou sérios problemas para Roma porque houve um colapso do
decréscimo da população ficando assim grande quantidade de escravos.
Percebemos no texto que a cultura romana era regida
toda por um sistema e sentimento
burocrático jurídico. Assassinatos
abandonos das crianças, era tudo legal para manter a conta familiar e a
distribuição da herança controlada, não
podia fragmentar muito para não empobrecer. Em uma sociedade que acreditava
seriamente no direito romano de simplesmente eliminar os indesejados no caso das
crianças que eram as maiores vitimas.
O final é muito
interessante quando ele faz uma analise sobre o nascimento do cristianismo, e
sua relação e adaptação do estoicismo e paganismo. E de uma instituição que
seria a Igreja viria a usar essa ideologia do cristianismo, que nasceu no germe
do estoicismo, para impor as pessoas que eles acreditassem ou não na nova moral
nascente.
REFERENCIA:
VEYNE, Paul. O Império Romano. In ÀRIES , Philippe; DUBY, George.
Historia da vida privada; do império romano ao ano mil. São Paulo Companhia das
letras, 1993.